Pedro Páramo é um livro tão lindo, tão incrível, que fico até com medo de escrever sobre ele e estragar a maestria de Juan Rulfo. Escrevi maestria porque o livro inteiro me pareceu uma música, as palavras todas no exato lugar, o ritmo perfeito. Mas é uma música diferente, feita de silêncio, de deserto, de ar parado. E aí é que residiu meu maior encantamento com o livro. Porque Pedro Páramo é um livro árido. Em certos momentos quase sentia o gosto da terra na boca, o barulho ensurdecedor do silêncio. Rulfo fala de solidão, morte, desgraça e tristeza, mas em nenhum momento o livro torna-se dramático ou pesado, pelo contrário. Parece que quanto mais ele falava de morte (ou através dos mortos) mais eu escutava vida. Quanto mais ele falava de maldade, mais eu escutava o que há de humano em cada um dos personagens.
Além disso, toda a narrativa não linear, a construção da história e o realismo irreal só tornaram o livro ainda mais encantador.
E para não me perder em palavras desnecessárias e seguir o estilo de Rulfo - onde menos sempre é mais - vou terminar dizendo apenas isso: leiam.
3 comentários:
Fiquei curiosa para ler esse livro, adorei a resenha!!
Beijos
É prazeroso encontrar gente nova. Sempre fiquei feliz quando lia um autor de quem ninguém ouvira falar, nem mesmo eu, e me apaixonara. Parecia-me ter topado com uma nota de 100 pelas calçadas. Até mesmo esses poetas mambembes das ruas, que vendem poesia a troco de nada,talvez só para o almoço do dia,surpreendem com emoçôes novas e metáforas de poeta maior.(Adoro metáforas :•)
Juan Rulfo...Vou xeretar por aqui.
Agora fiquei curiosa para ler esse livro... muito boa a sua resenha, beijos.
http://melodiaemversos.blogspot.com
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