A dor, que é como afogar-se, e ao mesmo tempo como se o corpo todo estivesse em chamas, mas nem a água apaga o fogo e nem o fogo seca a água. Só o ar vai fugindo do peito, mais e mais, até não sobrar nenhum respiro, nenhum suspiro. Piro, fogo, que arde os olhos cheios de tanta água. E a dor não passa, devia passar, tinha que escoar, se esvair, queda d´àgua, mas sou eu que caio. Eu que estou me esvaindo, saindo de mim, o coração destroçado, os pedaços náufragos nesse mar revolto que nasceu no meu peito. Perdi o comando. E agora, apenas tripulante desse navio fantasma, sigo até a próxima ilha. Vou aonde o vento me levar.
4 comentários:
o coração destroçado, os pedaços náufragos nesse mar revolto que nasceu no meu peito.
Vou até onde o vento está, entre brisas e horizontes...
Beijos
Fogo e água...A dialética da dor e do amor...
eu ficava ali, sentia doer, sentia que respirava e mais nada...
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