quinta-feira, 31 de março de 2011

Direitos iguais X Igualdade.

Dia desses estava escrevendo sobre relacionamentos quando me veio essa formulação, em relação a homens e mulheres: direitos iguais não é a mesma coisa que igualdade. O espaço que as mulheres tanto lutaram - e ainda lutam - para conquistar no mercado de trabalho - só para dar um exemplo-, e na sociedade de forma geral é realmente importantíssimo. Acho um absurdo, por exemplo, pensar que as mulheres ainda ganham menos que os homens ocupando o mesmo cargo. Mas acho que muitas vezes isso é confundido com um ideal inatingível de igualdade que só dificulta as coisas.
Em todas as culturas e sociedades das quais temos alguma notícia a diferença entre homens e mulheres sempre existiu. Em algumas, as mulheres tinham papéis mais importantes, na maioria, isso era algo dos homens, mas, em nenhuma delas, houve igualdade de lugares. Porque isso não é possível. Somos anatomicamente diferentes, somos estruturalmente diferentes em termos de linguagem, nosso modus operandi em relação ao desejo é diferente. Até nossa estrutura de neurose é, no mais das vezes, diferente.
A minha sensação observando, pensando e estudando as relações homem-mulher atualmente é que essa tentativa de igualdade torna tudo muito mais difícil e confuso. Os homens perderam o lugar de provedor e as mulheres sentem-se forçadas a ser quase super humanas para dar conta de tudo sozinhas. Ambos isolam-se cada vez mais, pela dificuldade de viver e desejar estando nesse lugar que é seu mas que ninguém consegue descobrir qual é.
Não escrevo isso querendo dizer que deveríamos voltar ao que era antes, que os homens trabalhem e as mulheres fiquem em casa, nada disso. Acho que o mais importante de todas essas conquistas sociais, da igualdade de direitos, é que as mulheres possam ocupar lugares diferentes - e, conseqüentemente, os homens também. Mas ambos tem de se submeter ao desejo que é para além deles. Há que se ocupar lugares, não importa quais, mas que cada um tenha o seu. Pois só ocupando o lugar que é nosso e, a partir desse lugar, desejando, é que é possível viver em uma sociedade com direitos iguais.

2 comentários:

Ana SSK disse...

Homens desbussolados (parafraseando Forbes), e mulheres-maravilhas.
Homens viram acessório, e aí, impotentes ficam.

É claro que isso é muito mais um clichê do que uma generalização, mas é praí que muitos caminham.

Não ao Unissex!
Um viva às diferenças sexuais!

Menina no Sotão disse...

Eu sempre gostei das diferenças, confesso. Acho muito mais sensato. Prefiro. Não gosto dessa coisa de semelhança não.
Vivo há um bocado de tempo com o mio amore e não somos iguais, nunca seremos. Ele é mais velho que eu (já existe um tom diferenciado para que o povo olhe de atravessado e eu me divirto com isso). Ele tem um time e eu outro. Ele tem um ritmo e eu outro. Ou seja, somos diferentes e seremos sempre. Mas nos respeitamos enquanto seres humanos, pensantes.
Acho que se fala muito nessa questão de igualdade e não se dá o devido valor a diferença.
Gostei do seu ponto de vista.
bacio

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