quinta-feira, 19 de julho de 2012

Do que não se sabe

Você me lê e acha que sabe o que sinto. Que entende o que eu digo, que consegue desvendar o silêncio que preenche as entrelinhas. 

Você me lê e acha que sabe da minha vida porque vez ou outra digo onde estive, o que li, ou que peça assisti. 

Você me lê e acha que sabe quem eu sou porque escrevo na primeira pessoa e as situações parecem reais. 

Você me lê e acha que sabe o que nem eu sei. Quando escrevo não sei o que sinto, não sei que vida levo, que vida evito, e não faço ideia de quem sou.

Você me lê e acha que sabe, eu escrevo e acho que não sei. E é por isso que continuamos aqui.

3 comentários:

Rui Pascoal disse...

Você acha que não sabe... Eu tenho a certeza que não sei.
:)

Nina disse...

Já te disse que sou sua fã? Se não, deixo aqui registrado minha total admiração e o respeito que tenho por cada linha sua! E esse texto em particular é impecável. Sintetiza tudo o que se quer dizer a respeito da relação entre o que se escreve e o que se sente. O que se explicita e o que se oculta. De todo sentimento que é vivido e não relatado. A escrita é parte e o todo às vezes nem aparece nas entrelinhas.

Enfim, desculpe me exceder, mas gostei demais do post.

Um beijo!

Lidiane Franqui disse...

Hoje, navegando por um grupo do face, achei suas palavras. Não seu blog, suas palavras. Porque são elas que fazem dele essa coisa nada leve, nada igual e simplesmente marcante.

Parabéns!!!

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